12 dezembro 2014

Obrigada...

 

Obrigada.

Obrigada a todos aqueles que me têm enviado mensagens depois de lerem o meu livro.

Obrigada pela vossa partilha, pela vossa coragem, pelo vosso carinho.

Obrigada por me encherem o meu coração e fazerem-me ficar com a sensação de missão cumprida..

Este era o meu objectivo quando o escrevi.Partilhar a minha história e tocar nas vossas vidas de alguma forma.

Fazer-vos ver que não estão sozinhos nesta dôr. Fazer-vos ver que são seres humanos e que é normal sofrer, sofrer hoje e sofrer para sempre.

A falta que os nossos pais nos fazem só nós é que a conseguimos sentir e entender.Só nós nos reconhecemos uns aos outros.

Não é possivel explicar em palavras a dôr que temos.É uma dôr sem explicação, sem tamanho.Uma dôr tão profunda...

Obrigada às pessoas que sentiram pela primeira vez à vontade para falarem sobre este tema, para desabafarem sobre ele.

As histórias que me têm feito chegar não são somente histórias de perda, são histórias de amor.O amor verdadeiro dos pais.

Obrigada aos que me escreveram a dizerem que tinham comprado o meu livro mas que ainda não tinham tido coragem para o ler.Estão a ganhar coragem.E é isso mesmo, cada um de nós tem o seu tempo e nada nem ninguém nos deve dizer o que fazer.

Obrigada aos que me têm escrito a dizerem que compraram o livro para oferecerem a alguém da familia ou algum amigo que passou por uma perda recentemente.Obrigada por acharem que o meu livro os vai reconfortar de alguma maneira.

Não há nada melhor do que percebermos que ajudamos os outros.Não há nada que me deixe mais completa.

Não há processo de aceitação da morte. Isso não existe. Nós aprendemos a viver com a morte dessa pessoa, ou melhor aprendemos a viver sem essa pessoa. E isso é que que custa. Isso é o que dói. E vai doer sempre e para sempre e dói todos os dias e todos os minutos.

O Instinto de sobrevivência, o sentimento que temos quando ficamos sem Pai nem Mãe é de ficarmos sozinhos no mundo. Não há mais ninguém para tomar conta de nós. Estamos por nossa conta. E temos que continuar a viver.

Sempre cresci a ouvir dizer que só perdemos a ingenuidade quando alguém que amamos morre. E essa é a mais pura das verdades. Percebemos que somos mortais. Que a vida acaba. Que é frágil. Que muda. O mundo tal e qual como o víamos nunca mais vai ser o mesmo. O nosso olhar perante a vida muda completamente. E para não vivermos atormentados com isso resta-nos vivê-la da melhor maneira possível. Sem nunca perder tempo.

Obrigada a vocês que estão ai desse lado e percebem perfeitamente o que estou a dizer.




 

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2 comentários:

  1. Muito obrigada por dar visibilidade ao (inexplicavelmente) tabu. Percebo-te perfeitamente....e concordo totalmente com a abordagem que fazes da orfandade nos adultos. Bem-hajas pela partilha e pelo reconforto.

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