25 janeiro 2013

Como é que foi quando eu nasci mãe?

De vez em quando uma das minhas filhas lembra-se de perguntar este tipo de coisas.Normal.

As outras duas ficam logo de orelhas em pé, juntam-se à conversa e também querem que responda exactamente à mesmo pergunta sobre elas.

Ontem foi um desses dias.Foi um momento.Daqueles que fica gravado.Daqueles que elas também não vão esquecer.

Estava na hora de ir para a cama quando a Vera, minha filha do meio(que arranja sempre alguma coisa para tratar quando as mando para a cama, só para ver se ganha mais uns minutos antes de ir para o quarto...)faz essa pergunta.

A Joana já estava ao meu colo e ali ficou para ouvir a resposta que eu ia dar à Vera, mas a interrromper-me de 5 em 5 minutos a perguntar:e eu mãe, e eu mãe?

A Mónica que tinha interrompido os estudos para me vir dar beijinhos de boa noite, apanhou a pergunta e sentou-se logo no chão à minha frente.

Tenho pena de não ter tirado uma fotografia daquele momento, mas é daqueles que não se interrompe(mesmo para uma chata como eu que pára tudo para ir buscar a máquina) e lá comecei a história de como foi o nascimento de cada uma delas.

Quiseram saber tudo, desde o momento em que soube que estava grávida delas, ao momento de ir para o hospital, relativamente ao parto em si, etc.
Riram-se claro, com a diferença de filha para filha.
Com a Mónica estive 12 horas em trabalho de parto, com a Vera duas e com a Joana 5 minutos...


Depois claro veio a parte que mais estavam a achar graça...a parte das visitas.
Tive que levar as coisas para o lado cómico, para nunca me culparei de ter "enxutado" as visitas nos respectivos nascimentos.


Da Mónica, expliquei que tinha tido um acesso de fúria no hospital com a barulheira das pessoas, dos telemoveis, das fotografias, e que tinha dado um berro e posto toda a gente na rua.
Contei que quando chegámos a casa, as visitas continuavam a inisitir e a tocar à campainha como se não houvesse amanhã.
Ataque de fúria 2-arranquei a campainha e desliguei os telefones.


Com a Vera, pedi ao Pai dela para não avisar absolutamente ninguém que estávamos a ir para o Hospital para a Vera nascer.
Só avisámos quando estávamos a prepararmo-nos para sair do Hospital para ir para casa, para não dar tempo para ninguém aparecer.
Deu tempo para do caminho do hospital para casa, se posicionarem em nossa casa, onde estavam à nossa espera...
Contei que a Mónica(que tinha um ano e meio quando a Vera nasceu), não achou graça nenhuma estarem ali na casa dela a "adorarem" outro bebe e foi buscar o comando da televisão para lhe dar na cabeça.
Depois durante 3 meses ignorou-a simplesmente.Passava pelo berço dela e nem olhava para ela.


Com a Joana, tive a coragem de falar abertamente com as pessoas e assumir sem qualquer problema que ODEIO VISITAS  e pedi para me respeitarem, que tinham tempo para ver a Joana, não precisavam de se "encavalitarem" todos para ver o novo bebe.
Ninguém me respeitou.
Apareceu tudo no hospital na mesma.
E quem não apareceu ligou para o quarto para dar os parabéns.
Ou mandou flores, e a enfermeira entrava de 5 em 5 minutos para entregar as flores e a casa de banho, onde as mandava pôr, parecia o Horto do Campo Grande.


Não quero parecer insensivel e sei que a intenção é sempre a melhor, sem dúvida.
Mas eu gosto mesmo de viver aquele momento tão especial em paz.
Não me condenem por não o querer partilhar logo na altura, quando eu própria ainda não o disfrutei!

Contei à Joana, a reacção da Mónica e da Vera quando a viram, que a Mónica ficou a fazer-lhe festinhas o tempo todo, e a Vera primeiro não lhe ligou e depois veio enrolar-se a mim(como se dissesse que não queria deixar de ser o meu bebe).
Quando percebeu que ia ser sempre o meu bebe por mais irmãos que tivesse, "atirou-se" à joana e nunca mais a largou.

                                             (Reparem na cara da Vera...)

Contei-lhes também que em todos os nascimentos só dormi uma noite no hospital.
O ambiente hospitalar faz-me muita confusão, sempre fez.
Faz-me sempre lembrar doenças e internamentos.Momentos tristes.
Acho mesmo que a única coisa positiva(para além das pessoas se irem curar, mas o internamento não deixa de ser por causa de algo negativo que aconteceu) que se vai fazer a um hospital é ter bebes.
Por isso quanto menos tempo lá estiver melhor.

Da Mónica e da Vera não houve qualquer problema, mal fez as 24h já estava eu vestida de mala pronta à espera do papel da alta.

Da Joana, tinha saido uma nova regra de que os bebes só podiam sair 48h depois.
Chamei a minha médica, a pediatra, e pedi-lhes por tudo que me deixassem ir dormir a casa, que no dia seguinte voltava para elas verem a Joana.Não estava fácil...
Mas consegui!Mesmo se não conseguisse acho que fugia...

E pronto, depois desta história, com as 3 em cima de mim completamente concentradas a ouvirem-me, elas lá foram para a cama, com um sorriso na cara.Tão bom.

Para acompanhar o MAPSHOW é AQUI!

6 comentários:

  1. Que bom que alguém pensa como eu! Também enxutei toda a gente! :)

    ResponderEliminar
  2. Um lindo post, e tenho a mesma opinião, há mto tempo para se conhecer o novo bebé.

    acho-a mto simpática e divertida, adoro passar por aqui.
    Um beijinho

    Margarida

    ResponderEliminar