01 março 2012

Decisões

Excerto da minha crónica na revista Eles e Elas-Fevereiro 2010

E começou um novo ano.2010.Não sei porquê mas desde o inicio do ano que senti que este seria um ano de viragem. De desafios, de arriscar. E sinto-me inundada por uma força interior, com sede de inovação, com sede de novidades.

Tive um evento sobre tendências e eu própria me sinto tendenciosa, sinto-me querer pôr a mão no deixa andar da vida, querer mexer-me para viver a vida e não deixar que a vida passe por mim.

Por falar em tendenciosos, sempre me fez confusão as desilusões que sofremos na vida pessoal com certas pessoas que considerávamos amigas, mas que por uma razão ou por outra dançam a música que mais lhes der jeito mesmo que passem por cima dos outros, e se isto já é grave numa esfera pessoal, muito mais grave é aquilo que se esta a passar no nosso pais, onde se percebe que nem mesmo quem tem muito poder está a salvo, nem na esfera pessoal nem na profissional e o pior é ser na esfera publica aos olhos de todos, comprovado por todos.

Fazer planos para quê?contar com as coisas como garantidas para quê? Como se diz em Inglês “o take it for granted” não interessa para nada, as desilusões vão sempre ser maiores, porque o que o é hoje, pode não o ser amanha.

O mais racional a fazer nos dias que correm, por exemplo, em relação à amizade, é viver o dia a dia, aproveitar o dia com esse amigo ou amiga, tirar todo esse proveito, independentemente dessa amizade acabar amanhã, os bons tempos que se partilhou já ninguém nos tira.

Se fizermos planos, se tivermos grandes expectativas, se desconfiarmos de tudo, não aproveitamos nem o presente, nem o futuro.

Se não defraudarmos os nossos valores e princípios acho que o importante é pormos de lado certos fundamentalismos, certas regras, para darmos espaço a novas experiencias, novos desafios, surpreendermo-nos a nos próprios com coisas que sempre pusemos de lado por termos ideias pré-formadas, preconceitos ou o que for, será que não estamos a perder nada?

Aquilo que não nos agrada pomos para trás das costas ou fazemos alguma coisa para mudar isso, de barcos cruzados é que não, a sensação de frustração não nos vai abandonar nunca.

Viver a vida é para alem de aceitar aquilo que a vida nos põe à frente, é enfrentarmos as coisas boas e más, é procurar mais, é não ficar acomodado, é escavar, é surpreendermo-nos a nos próprios e aos outros, é reinventarmo-nos sempre que necessário e eu comecei 2010 com esse sentimento: reinvenção.

Tinha acabado o ano um bocadinho desmotivada pela banalização em que os eventos estavam a entrar. O chapa 5, de vip’s e imprensa não estava a chegar para alimentar a minha motivação, a minha energia, a minha força, a minha cabeça estava a mil com novos projectos para pôr em pratica e comecei a fazer uma lista de contactos a fazer para que se desencadeasse um processo de mudança a nível das acções que me pediam. Mas parar é morrer e independentemente de estar a pôr outras coisas em pratica, os eventos não páram a minha espera.

Nesta reinvenção decidi cuidar mais de mim, deixar de querer ser a super mulher, a super empresaria, sempre de sorriso na cara, sempre disponível para tudo e para todos menos para mim.

Sempre achei que era uma perda de tempo, as idas ao cabeleireiro, as idas às massagens, que a prioridade das prioridades era estar com as minhas filhas, estar com o meu marido, estar a despachar algo importante no trabalho ou em casa.

Tenho que dar o braço a torcer. Não é uma perda de tempo. Tempo para nós, para fazer algo que nos faça sentir bem connosco próprias nunca pode ser uma perda de tempo, é um ganho, para nós e para todos os que nos rodeiam.

Porque há uma coisa que também tenho vindo a aperceber-me, sem eu estar feliz não vou conseguir fazer ninguém a minha volta feliz. Posso estar sempre com o maior sorriso na cara, porque estou a fazer o que é suposto, mas será que os meus olhos também transmitiam isso?

Quando as coisas se tornam em rotinas, em obrigações, em o que é suposto, porque sempre foi assim e ponto final, o que é isso? se deixamos de fazer algumas coisas como sempre fizemos, vamos gerar surpresa e porquê? porque todos estão habituados a que assim seja, porque os habituamos a isso.

Relativamente ao trabalho, acontece o mesmo, se sempre habituámos quem trabalha connosco a fazermos de determinada maneira, se inclusive nos especializamos nisso, não podemos levar a mal, que nos contratem especificamente para isso e não para outra coisa diferente que nos lembrámos de fazer de repente.

Se nos estamos sempre a rir, não nos é permitido estar sérios, se estamos sempre a dançar, não nos é permitido estarmos parados. Tudo o que sai da normalidade surpreende e porquê? porque a maioria de nós toma tudo como garantido, dia após dia.

O perigo de querer ser a super mulher, de achar que consigo agarrar o mundo com as mãos, é viver à pressa, é deixar que a vida passe por mim e não a viver. Fazer tudo como é suposto, como se fossemos robôs, máquinas. Podemos chegar a todo o lado, mas não aproveitamos correctamente nenhum bocadinho.

Sei que muitas vezes é preciso maturidade, serenidade para chegarmos a este ponto. A um ponto de paz e que sem receios queremos mudar alguma coisa.

Eu decidi ter mais tempo para as minhas filhas, ter mais tempo para o meu marido, ter mais tempo para a minha família e para os meus amigos. Decidi ter mais tempo para aproveitar a minha casa, decidi gerir o meu trabalho com outra sabedoria, gastando tempo e energia naquilo que dá frutos e deixando de lado o que só nos desgasta e não leva a lado nenhum.

Acho que o complicado é chegarmos à tomada de decisão. Em relação a tudo...
Grande parte das decisões definem o percurso da carreira profissional e a qualidade da vida pessoal, no entanto, são poucas as pessoas que possuem, ou adquirem, a capacidade de tomar qualquer decisão num abrir e fechar de olhos.

Temos que deixar que a nossa experiência e o nosso instinto falem por si.

“A sabedoria da velhice é essa: saber trocar as vitórias imediatas pelas conquistas duradouras”.
Escolher um caminho significa abandonar outros - querer percorrer todos os caminhos possíveis é acabar por não percorrer nenhum.

O escritor Paulo Coelho tem 3 frases maravilhosas que refletem tudo isso:
“Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo o que nos deixa infelizes.O instante mágico é o momento que um SIM ou um NÃO pode mudar toda a nossa existência.”

“Se escuta o seu coração, uma pessoa se deslumbra ante o mistério da vida, está aberta aos milagres e sente alegria e entusiasmo pelo que faz.”

“As decisões são apenas o começo de alguma coisa.Quando alguém toma uma decisão, na verdade, está mergulhado numa correnteza poderosa, que leva a pessoa para um lugar que jamais havia sonhado na hora de decidir”.

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