01 março 2012

Universo

Excerto da minha crónica na revista Eles e Elas-Natal 2011

Este ano decidi viver o espírito de Natal na sua plenitude. Decidi não pensar em nada naquilo que embirro no Natal, naquilo que condeno que outros transformem o natal, na confusão e stress em que as pessoas ficam.

Decidi viver só o bom do Natal. Decidi viver o natal como vivem as crianças, como eu já o vivi em criança, como vivem as minhas filhas, como vive a minha avó, feliz de se reunir com toda a família, de ter filhos, netos e bisnetos ao seu redor.
Viver como vivia a minha mãe, que parecia que sabia que se ia despedir cedo de todos nós e sempre o viveu com a maior intensidade e dedicação. Tudo o resto paráva nesta época e era tão bom sentir isso. A organização, a decoração tudo ao pormenor. E este ano estou a fazer isso.

Decidi empenhar-me a fazer a árvore de natal mais bonita de todos os tempos. Decidi decorar todos os recantos da casa, decidi decorar as escadas, decidi decorar o alpendre e o jardim. E decidi reunir a família cá em casa. Pôr todos os cd’s que tenho de “best of Natal” a tocar sem parar. Recebê-los e estar com eles em minha casa como eu tanto gosto.

Já fazia com todos os aniversários, em que faço questão, que por mais festas paralelas que existam, que haja sempre uma celebração de cada um de nós os 5 cá em casa, com toda a família. Faço questão de organizar tudo com muito carinho, para mais tarde recordar.

O Natal na nossa família infelizmente vai contando sempre com menos gente, mas não vou deixar que isso seja motivo de tristeza, porque sei que todos os nossos anjinhos estão no céu a celebrar o natal no seu melhor.

A minha Avó Belinha que se foi embora em Outubro também adorava o natal e também fazia a ceia e decorava a casa sem deixar nada ao pormenor, também ia com orgulho e com a família em peso à missa do galo na igreja de São Roque.
Não posso deixar que estas tradições e estes valores se percam! Se com tanto carinho me foram passados pela minha família, pelos que estão cá comigo e pelos que estão no céu.

Confesso que o natal começou a stressar o meu pai a partir de certa altura, mas foi a partir da mesma altura em que o meu pai stressava com tudo e essa altura coincidiu a partir do momento em que se distanciou da minha mãe, mas ai era o Universo a enfurecer-se,..

O Natal é a família e não cada um para seu lado. E o meu Pai para se defender de ter que andar de um lado para o outro, deixou de gostar do Natal. Mas eu sentia que mesmo com toda a confusão envolvida, os poucos minutos que poderíamos passar com ele nessa quadra significavam tudo para ele. Revivia os natais em que tudo batia certo, em que eramos todos uma só família, uma só casa. O Universo descansava nesses minutos e sorria.

E eu sinto que no Natal o universo conspira a nosso favor.
O universo está em eterno movimento em busca de equilíbrio. Cada acção desequilibra essa estrutura que imediatamente entra em processo de busca do equilíbrio.
Conforme agimos convocamos o universo a conspirar a nosso favor. Basta agir. Sem pressa, e também sem pausas. Não podemos desistir dos nossos sonhos, planos e vontades.

O que não tocamos, mas sentimos, faz a diferença nas nossas vidas, afinal, o essencial é inantigível.

Muitas vezes sinto a força da vibração do Universo a mostrar e a dar sinais do caminho que preciso. Nada é coincidência.

Quando acontece, estamos frente a uma grande conspiração do Universo. Trata-se de um SINAL. Alguma coisa esta atrás deste acontecimento.
Precisamos, sim, de entender o significado e aprendermos a ler o que não foi escrito. Descodificar o sinal é a chave para termos uma vida melhor.
A essência da vida é entender como vivê-la.

Ao longo da minha vida, tenho lido muitos dos acontecimentos como sinais ou como recados do Universo. Claro que atribuo na maioria das vezes a acções dos meus anjinhos lá de cima, que me protegem e que se fazem sentir presentes tantas vezes...outros acontecimentos, quando ainda tinha os meus anjinhos ao pé de mim vejo claramente como o Universo zangado. Mas sobre isto fica para uma outra crónica...

Mas uma coisa posso afirmar, fizemos duas viagens em que o Universo conspirou, sorriu e descansou.Com a ajuda dos nossos anjinhos, claro!
Fomos à Madeira, primeira viagem de avião que eu e o meu irmão fizemos com os meus pais há muitos anos atrás...e fomos a Miami, sei que fizeram tudo para que eu voltasse àquele que tinha considerado dos melhores destinos para ir e lá voltei a Miami e desta vez com o meu irmão, com o meu marido e com a minha cunhada. Na Madeira também estivemos os quatro mas levámos o meu sobrinho!

Estou a fazer os albums das duas viagens, como faço de todas e de tudo e mais alguma coisa, e sinto sempre nostalgia de estar a fazê-los e não os poder mostrar ao meu Pai e à minha Mãe, que era aquilo que eu mais gostava...mas antigamente eles não podiam estar connosco em todo o lado e por isso tinha de lhes mostrar as fotos e contar como foi... agora não preciso porque eles também lá estiveram connosco, não foi?
Mas voltando ao Natal...Natal não é pensar, mas sim sentir. Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore de natal é a presença de uma família feliz. Não existe o Natal ideal, só o Natal que nós decidimos criar como reflexo dos nossos valores, desejos, queridos e tradições.

Ainda que se percam outras coisas ao longo dos anos, temos que manter o Natal como algo brilhante.…. Regressando à nossa fé infantil.Com Natal vêm as recordações e os costumes. E são a essas recordações a que todas as mães se agarram.
Temos que ser nós mesmos a fazer o Natal acontecer, empregando as maiores ferramentas do ser humano em desuso – AMOR E PAZ.

Se o presente está em desarmonia, temos que o harmonizar, fazer isso com o nosso pensamento, a nossa coragem, a coragem de dizer que acreditamos em nós mesmos, e que amanhã será melhor que hoje.
A mesma PAZ que mora com os anjos e que ronda as nossas energias.
Esse estado pleno de que fazemos a coisa certa.
Ousando ser feliz encontrando essa PAZ,

O meu desejo acima de tudo e voltando ao Universo e suas conspirações é que por mais que os casais se separem, por mais imcompatibilidades que surjam, nunca se esqueçam dos filhos, aqueles filhos que num momento da vossa vida fizeram todo o sentido e foram frutos do vosso amor.

Cada vez que vejo um filho infeliz por causa de pais separados não se entenderem e esse filho ficar prejudicado e triste por causa disso corta-me o coração. Dá-me vontade de chorar...o Universo com a ajuda de jesus e dos anjos envia os filhos para os pais como uma bênção, um presente. E deve enfurecer-se bastante cada vez que vê esses laços destruídos.

Eu tenho a sorte, pois também aconteceu o meu primeiro casamento não dar certo, de ter um ex marido que se rege pelos mesmos valores e princípios que eu, de ter a sorte do meu actual marido se reger pelos mesmos valores e princípios do que eu. E as minhas filhas, elas principalmente, têm a sorte de ter dois pais maravilhosos. E não há maior ternura de ver as 3 com o Ruca ou as 3 com o Filipe. E ai de alguém que diga que alguma delas não é deles, ai de alguém que as separe de um ou de outro.
E o meu desejo para as famílias, para as famílias “novas”, desta sociedade actual é que se unam, que se esqueçam de discórdias antigas e que ajudem o Universo a fazer o seu trabalho, que façam o Universo tranquilizar-se ao verem pais e filhos juntos. E não só no Natal, mas sempre.

E por falar em filhas tenho que falar das festas de Natal que são o acontecimento para as crianças. Os ensaios, as músicas e as roupas, enfim são épocas em que se sentem as estrelas.

A Mónica e a Vera já habituadas a estas andanças, adoram e tanto uma como a outra nasceram para o palco. Nesta altura querem mais do que tudo ter uma boa prestação, que os professores e a família se orgulhem delas. E para elas independentemente do seu papel são as protagonistas, são as principais e o resto é conversa.

Para a Joana foi a sua primeira festa de Natal. Começou a semana de ensaios por primeiro comunicar à professora que: Carla, não vou falar ao microfone, vou chorar o tempo todo, não quero ficar no palco e quero ficar sempre no colo da mãe. Depois chegou a casa e comunicou-me o mesmo a mim...

Os dias iam passando e ela ia cantando as músicas que iam ensaiando na escola. Começou a dizer que afinal podia participar, falar ao microfone é que não. Viu a festa da Mónica, adorou, viu a festa da Vera adorou. Deram-lhe força e segurança para no dia da festa dela, depois de choramingar um bocadinho porque queria o meu colo e depois de eu lhe dar um brinquedo para ela me guardar lugar para a ver, dando-lhe assim a garantia que iria sem qualquer dúvida, de lá se ir juntar aos colegas.

Nós sentámo-nos, e quando o pano abriu, ela por segundos esqueceu o seu lugar, esqueceu a letra, esqueceu as indicações das professoras, esqueceu-se dos colegas, ou dos “mil” pais que estavam a assistir, a grande preocupaçãoo dela era encontrarmo-nos, o mundo dela parou até nos ver. Quando nos viu descansou. Ia fazendo o ensaiado mas sem nunca por um segundo sequer tirar os olhos de nós. Mesmo que por vezes isso significasse entortar o pescoço todo. Não nos queria perder de vista, e nós não a queríamos perder de vista a ela.. o meu bebe...já com 3 anos...no palco, na festa da escola, a fazer o teatro que tinham ensaiado. Chorei do principio ao fim, como é normal, o que fez com que todos os filmes e fotos ficassem tremidos, mas o que é que isso interessa face aquele momento único que já ninguém nos tira.

Nesta passagem de ano vou desejar que em 2012 parem e pensem na vida que querem realmente ter. Escolham as pessoas que vos acompanharão este ano! Aquelas que vos dão apoio em todos os momentos. Escolham as que querem
ao vosso lado e as que querem estar ao vosso lado.Descubram o que vos dá prazer.

Insistam e não desistam.Pensem positivo. Começem. Agora.

Mãe, Pai, Rita, Avó e todos os meus anjinhos, como têm visto tenho preparado o Natal ao pormenor.Sei que vamos estar todos juntos e vocês também cá vão estar.Á vossa maneira.Fazem-me falta sempre.

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