“Some words may hide others” -William Shakespeare
Esta é a frase com aquela decidi começar esta crónica. Secalhar porque acho que muitas vezes há coisas que ficam por dizer, com a vida agitada que a maioria das pessoas têm, falamos por meias palavras, tornamo-nos frios e exprimimo-nos tão simplesmente que pudemos ser mal interpretados.
Vivemos na era da mensagem escrita, em que o simples telefonema deixou de existir para dar lugar à mensagem escrita.
Embora muitos achem que a mensagem veio facilitar a comunicação e sem dúvida que é a maneira mais fácil de se dizerem coisas boas e más, mas na minha opinião é também a mais cobarde.
Sou contra as mensagens escritas. É certo que sempre admiti que não gosto de falar ao telefone, não tenho paciência e isso tem-se vindo a agravar ao longo dos anos por defeito profissional.
Quase todo o meu dia é passado ao telefone devido ao meu trabalho.
Gosto das conversas ao vivo. Gosto de passar horas à conversa com os meus amigos. Gosto das trocas de ideias com os clientes nas reuniões. Adoro os jantares em família. Não há melhor que ouvir as minhas filhas e o meu marido com toda a atenção e orgulhar-me deles.
Aproveitando a magia do Natal, já que infelizmente só se vive nesta época do ano, espero viver momentos mágicos com todos aqueles que me são especiais.
Aproveitar a tranquilidade e a paz do momento e viver todos os momentos em profundidade.
Deixar de lado o telemóvel, as mensagens e tudo o que seja superficial.
Dizer o que tenho a dizer, não deixar nada para depois, fazer com que aqueles que são especiais, se sintam especiais.
Fazer-me entender, através de longas conversas ou de uma simples frase.
Vejo as montras e as ruas transformarem-se com as decorações de natal, as festas organizam-se por todo o lado, na televisão multiplicam-se os anúncios e os desejos de festas felizes, começo a receber as mensagens escritas, os emails…eu continuo a adorar receber os postais ou os telefonemas.
Observo toda esta loucura à nossa volta e penso e agora?
Tenho que entrar neste espírito também. E por obrigação ou porque sou mesmo contagiada lá entro na onda.
Quero mesmo acreditar que o Natal traz algo de bom e a minha maneira optimista de viver a vida faz-me pensar assim e evita entrar numa nostalgia extrema que esta época também pode provocar.
E é ai que penso nas minhas filhas. Faço com que vivam esta época com toda a magia e toda a fantasia que a idade delas merece. Porque elas ainda acreditam. Em tudo.
E é através da sua inocência que vou buscar cassetes de natais passados comigo em criança para elas verem, é por isso que pego na câmara de filmar e registo todos os momentos para elas mais tarde poderem relembrar e mostrar aos seus próprios filhos.
É por isso que pego nos cobertores e me enrolo no sofá com uma de cada lado a ver a “Música no Coração”, filme que mais me marcou e as observo a verem tudo com muita atenção e volto a reviver aquilo que já vivi, os filmes, as decorações, as músicas, o espírito, a família, o Pai Natal, as histórias, os presentes.
E mesmo que seja uma vez por ano já vale a pena, desde que viva com toda a intensidade que conseguir e não esconda sentimentos nem emoções.
Já bem basta ter que fazer subentender coisas durante todo o ano, nesta época vou falar abertamente e viver intensamente.
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