29 fevereiro 2012

Verdade e Carpediem

Excerto da minha crónica na revista Eles E Elas-Setembro 2007


Decidi começar esta crónica com o significado da palavra verdade, que curiosamente é a palavra que tenho num simbolo chinês, numa tatuagem no meu ombro direito.

Sinto que a verdade absoluta, a nossa verdade, a verdade dos que nos rodeiam se está a perder cada vez mais.

Cada vez mais há um querer parecer, um querer ser e não um ser na realidade.

A preocupação em agradar, em alcançar os objectivos, as pessoas não olham a meios para atingirem os seus fins, nem que para isso tenham que mentir, tenham que inventar, tenham que aparentar aquilo que não são na realidade.

E isso sempre foi uma coisa que me fez muita confusão. Porque para mim a verdade é tudo. Por pior que seja.

Foi por isso que decidi investigar o significado desta palavra, deste termo pelo qual sempre regi a minha vida, ao ponto de fazer uma tatuagem com esse significado há muitos anos atrás:
Verdade significa o que é verdadeiro.

Para Nietzsche a verdade é um ponto de vista. Ele não define nem aceita definição da verdade, porque diz que não se pode alcançar uma certeza sobre isso.

O primeiro problema para os filósofos é estabelecer que tipo de coisa é verdadeira ou falsa, qual o portador da verdade. Depois há o problema de se explicar o que torna verdadeiro ou falso o portador da verdade. Há teorias robustas que tratam a verdade como uma propriedade. E há teorias deflacionárias, para as quais a verdade é apenas uma ferramenta conveniente da nossa linguagem. Desenvolvimentos da lógica formal trazem alguma luz sobre o modo como nos ocupamos da verdade nas linguagens naturais e em linguagens formais.

Depois de encontar estas explicações um tanto ou quanto confusas decidi retirar frases que acho que traduzem melhor a verdade:

“A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água.”(Miguel de Cervantes)

“A primeira e pior de todas as fraudes é enganar-se a si mesmo. Depois disto, todo o pecado é fácil.”(J. Bailey)

“Acreditar em algo e não o viver é desonesto.”(Gandhi)

“Apenas pelas palavras o ser humano alcança a compreensão mútua. Por isso, aquele que quebra sua palavra atraiçoa toda a sociedade humana.”(Michel de Montaigne)

“A tua única obrigação durante toda a tua existência é seres verdadeiro para contigo próprio.”(Richard Bach)

“Cada vez que mentes para evitar um esforço, a manta sob a qual te escondes torna-se um pouco maior, até que acabes por te afogares debaixo dela.”(Rafik Schami)

“A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida.” (Eduardo Girão)

“A pior verdade custa apenas um grande desgosto. A melhor mentira custa muitos pequenos desgostos e, no fim, um desgosto grande.”(Jacinto Benavente)

“Aquele que procura a verdade corre o risco de a encontrar.”(Manuel Vicent)

“A única verdade é a realidade.”(Aristóteles)

“A verdade libertar-vos-á.”(Evangelho de S. João)

“Não somos nós que criamos a verdade, que a dominamos e a fazemos valer. É a verdade que nos possui.”(Alejandro Llano)

“Uma garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia; mas uma meia mentira nunca será uma meia verdade.”(Jean Cocteau)

“A repetição não transforma uma mentira numa verdade.”(Roosevelt)

“Se não queres que ninguém saiba, não o faças.”( provérbio chinês)

Depois de ler estas frases, com as quais concordo plenamente, decidi ir pesquisar frases que têm a ver com outra forma de vida que tenho, a de viver cada dia como se fosse o Último(carpediem)-outra tatuagem que tenho, também em simbolo chinês, no meu tornozelo esquerdo. E eis o que encontrei:

“Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, e depois perdem o dinheiro para a recuperar. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro.Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido...”(Confúcio)

“Aquele que desperdiça o dia de hoje, lamentando o de ontem, desperdiçará o de amanhã, lamentando o de hoje.”(P.Raskin)

“Cada dia é uma pequena vida.”(Horácio)

“Não queira acrescentar dias à sua vida, mas vida aos seus dias.”(Harry Benjamin)

“Nunca é tarde demais para ser aquilo que sempre se desejou ser.”(George Eliot)

De certo modo penso que as duas formas de encarar a vida estão interligadas, porque se vivermos com verdade e o mais intensamente possivel, tirarmos melhor partido das coisas, das pessoas, da vida.

E por isso é que decidi escrever sobre estes temas, porque no verão ainda reforço mais este meu estilo de vida, e sinto que os trinta anos me vieram ajudar a concretizar isso com maior entusiasmo, maior convicção, com o soro da verdade sempre a vir ao de cima.

E estou a adorar.

  O MAPSHOW está no FACEBOOK!Siga-nos por lá também! 

Sem comentários:

Enviar um comentário